26 mar Todos juntos na luta para reduzir acidentes de trânsito
O Brasil é um dos países que mais mata no trânsito, sendo as motocicletas responsáveis por 74% dos acidentes
As motocicletas correspondem a 27% da frota total de veículos que circulam no Brasil, no entanto, representam 74% das indenizações pagas pelo seguro obrigatório de danos pessoais causados por veículos (DPVAT), de acordo com o Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP).
O Brasil tem o quinto trânsito mais violento do mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Os acidentes, sejam eles de motos ou automóveis, causam prejuízos sociais e econômicos ao país. Mais de 60% dos leitos hospitalares do Sistema Único de Saúde (SUS) são ocupados por vítimas de acidentes de trânsito.
Na Bahia, entre 2000 e 2017, foram registradas 34.534 mortes em acidentes de trânsito, o equivalente à população de cidades baianas como Cachoeira ou Riachão do Jacuípe. Desse total, 6.695 pessoas estavam dirigindo motos, enquanto 12.080 eram ocupantes de carros, segundo a Secretaria Estadual da Saúde (Sesab).
Os motociclistas são metade das vítimas de trânsito na Bahia, de acordo com a (Sesab). Os acidentes com motocicletas deixam sequelas mais graves nos pacientes, que precisam de um tempo maior de internamento.
Em mais de 10 anos de lei seca, houve redução no número de mortes por acidentes de trânsito no país. O Brasil é considerado um dos países mais rigorosos em relação ao álcool e direção. O país é o único entre os mais populosos que tem leis para direção sob efeitos do álcool, uso obrigatório de capacetes, cintos de segurança e cadeirinha para crianças.
No entanto, as estatísticas deixam claro que é preciso criar ações efetivas para reduzir os acidentes de trânsito, em especial as ocorrências envolvendo motociclistas. É necessário investir em políticas e ações de educação para o trânsito, melhorar a engenharia de tráfego das cidades e reforçar a fiscalização.
Em 2017, a Bahia criou o Comitê Gestor Estadual de Prevenção aos Acidentes de Trânsito Envolvendo Veículos Automotores, mas fica evidente a necessidade de ações e projetos efetivos de prevenção. Essa iniciativa não deve ser restrita apenas aos gestores públicos. Distintos setores da sociedade precisam se envolver nessa luta para salvar vidas.