27 mar Compartilhando a visão da EY sobre resiliência empresarial.
Introdução
A rápida disseminação do Coronavírus (COVID-19) pelo mundo tem levado governos de vários países a implementar rigorosas medidas restritivas que geram impactos relevantes na economia global e no ambiente de negócios.
A paralisação das atividades e dos negócios das empresas, a depender da extensão, tem potencial de gerar repercussão considerável em determinados setores e empresas que possuam alta alavancagem e dependência de cadeias de suprimentos afetadas pela crise, tanto Inbound como Outbound. Além do risco à saúde das pessoas, tanto diretamente pelo contágio, quanto pelo stress da capacidade limitada de atendimento do sistema de saúde, o vírus
está causando uma disrupção global no ambiente de negócios. Paralisação de operações, interrupções nas cadeias
produtivas e de suprimentos, restrições a viagens, fechamento de escritórios e cancelamento de inúmeros eventos,
projetos e investimentos se somam, impondo desafios talvez jamais enfrentados simultaneamente.
Considerado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma emergência saúde pública de escala internacional, o COVID-19 é uma crise sem precedentes, que tem grande impacto sobre a sociedade e poderá deixar profundas consequências em determinados setores e empresas em nível global.
Nesse sentido, o COVID-19 representa um evento que segue uma lógica de guerra: fortes restrições à movimentação
de pessoas e mercadorias, com impacto sobre todo o arranjo produtivo e de negócios das empresas. Governos de
vários países, inclusive o brasileiro, têm emanado diversas medidas de estímulo à economia com o objetivo de amenizar o impacto da crise. Dada a dimensão, complexidade e ausência de qualquer histórico com
características similares à atual crise, o grau de incerteza na projeção de cenários é bastante elevado. Vários
estudos têm apresentado diferentes níveis de impacto na economia global e todos apontam redução importante,
ou mesmo retração do PIB.
Nesse contexto, é inevitável prever que todas as empresas poderão sofrer impactos importantes nos seus negócios,
direta ou indiretamente causados pela extensão e dinâmica da crise, bem como pela capacidade dos governos reagirem de forma adequada por meio de estímulos e fomentos à recuperação e continuidade da atividade econômica.
Na perspectiva da EY, entendemos que as empresas precisam implementar planos efetivos de gerenciamento
de crise, devidamente adaptados à realidade das incertezas geradas neste momento do COVID-19. Isso exige
uma imensa capacidade de adaptação as empresas. Resiliência é o nome do jogo para mitigar os impactos e
superar a crise atual. À medida que as empresas navegam na crise, seus líderes precisam lidar com diversas questões
importantes, de curto, médio e longo prazo, para reformular seus negócios e planejar a recuperação com a maior
velocidade possível. Seguindo com o propósito de construir um mundo de negócios melhor, a EY preparou este ponto de vista, denominado Resiliência Empresaria – Plano de Gestão de Crise: COVID-19, com o objetivo de oferecer insights para contribuir com as organizações na elaboração de seus planos de gestão de crise, recuperação e continuidade dos negócios. O conteúdo foi elaborado por um grupo de executivos especialistas nas dimensões apresentadas neste documento.
Questões prioritárias em tempo de crise
A velocidade de propagação do vírus e a efetividade das medidas de contenção ainda são imprevisíveis. Portanto, é preciso ter flexibilidade e agilidade para adaptar os planos existentes e, em alguns casos, simplesmente refazê-los em pleno voo.
A pressão pela tomada de decisões efetivas e tempestivas coloca um desafio enorme aos executivos. A dificuldade é, em parte, devida a diferenças nas naturezas essenciais das diferentes trilhas de ação a serem tomadas. Torna-se imperativo que ações sejam tomadas no curtíssimo prazo. Neste momento, no topo da lista das prioridades
das empresas deve estar a proteção de sua força de trabalho. Contudo, é fundamental que o plano de gestão de crise e de continuidade dos negócios compreenda uma abordagem integrada incluindo todas dimensões do negócio e seja liderado pelo mais alto nível de executivos da empresa, com os devidos níveis de disciplina e cadência
na gestão e governança desses planos.
Os executivos precisam observar a situação atual de forma holística para entender as
diferenças, interdependências e impactos em cada dimensão do plano e usá-los comoum modelo de referência, para que a pressão pela ação não provoque um desequilíbrio na capacidade da empresa manter-se no curto,
médio e longo prazos.
Entendemos, neste momento, que algumas perguntas-chave de negócio podem ser organizadas, como segue:
Sobreviver: Como avaliar os impactos de curto prazo nos negócios, gerir e alocar de forma
ágil e otimizada os recursos disponíveis – especialmente a gestão do caixa –, mantendo o bem estar, segurança e motivação dos times e reforçando o relacionamento com os clientes?
Responder: Como adaptar a proposta de valor e o modelo de negócio rapidamente, buscando alternativas para a cadeia de suprimentos, gerindo cautelosamente as finanças, repensando e modificando produtos, canais e modelos de entrega, para ser relevante para os clientes nos desafios emergentes?
Ressurgir: Como retomar o crescimento do negócio mantendo o propósito da empresa, evitando a perda de competências essenciais e, ao mesmo tempo, se adaptar às mudanças e novas oportunidades?
Visão EY para resiliência nos negócios
Buscando facilitar uma abordagem estratégica e integrada para este cenário de incertezas, derivado da crise do COVID-19, desenvolvemos o framework denominado Resiliência Empresarial.
Liderando através da incerteza e complexidade
Disrupção do Negócio Saúde e Bem-estar dos Empregados Comércio Global e Cadeia de Suprimentos Seguros e Contratos Talento e Força de Trabalho Proteção da Base de Clientes e da Marca Tecnologia e Segurança da Informação Governo e Políticas Públicas Financeiro, Tesouraria e Investidores Gestão de Riscos e
• Geopolítica Continuidade
• Risco-país
• Canais Regulatórios
• Liderança e Acordo de Política Pública
• Interrupção de Negócios
• Queda na Demanda Global
• Cancelamento de Eventos
• Resiliência da Cadeia de Suprimentos
• Provedores de Serviços Terceirizados
• Promover o Bem-estar e a Segurança do Colaborador
• Informação Pública de Saúde (CDC, WHO)
• Suporte para Colaboradores Impactados
• Relação entre Colaboradores
• Iniciativas de Talento
• Viagens de Negócios
• Segurança na Experiência do Consumidor
• Direct to Customer (D2C) e e-Retail
• Consolidar e Entregar Inovação
• Regulatório/Exposição
• Confiança do Investidor
• Capital, Crédito e Liquidez
• Estratégia Tributária
• Modelo de Infraestrutura
• Resiliência Cibernética
• Disrupção dos Canais Digitais com Cliente
• Plano de Risco Corporativo
• Identificação de Risco
• Planejamento de Cenário
• Recuperação e Continuidade
• Monitoramento e Resposta
Insights para o plano de gestão de crise e continuidade dos negócios A seguir, apresentamos alguns insights
que consideramos importantes, alinhados com o nosso framework Resiliência
Empresarial, para contribuir com os planos de gestão de crise e de continuidade de negócios elaborados pelas empresas, em resposta ao COVID-19.
Saúde e Bem-estar dos Empregados
protegidas e apoiadas. Uma agenda positiva fortalece não apenas o senso
de pertencimento e a cultura, mas também o Employer Branding para o mercado.
• A liderança tem um papel ativo na acolhida aos times e no desafio de diminuir o senso de distanciamento social neste momento de gestão de crise. Para isso, la poderia incentivar:
O uso de plataformas colaborativas para promover encontros virtuais com as equipes, dando exemplos claros de que
é possível conciliar o trabalho e o cuidado com seus entes queridos em casa.
Ligações frequentes entre seus membros, para assegurar que todos estejam protegidos e apoiados. Os
líderes devem falar com o máximo de pessoas possível.
Práticas de auto estudo para reduzir o sentimento de tempo improdutivo e acelerar a formação de novos skills.
Reuniões de check-in periódicas para que as pessoas compartilhem suas Neste momento de crise, no topo da lista das prioridades devem estar as questões relativas à saúde e o bem-estar dos colaboradores. É de vital importância estar preparado adequadamente e tomar medidas rápidas visando a preservação da integridade física
e psicológica dos profissionais.
• A empresa precisa definir uma estratégia de comunicação e deixá-la clara para todos os colaboradores, contratados e parceiros.
• A liderança tem papel fundamental em momentos de crise, quando os profissionais olham para cima em busca de direcionamento. O líder precisa ser confiante, verdadeiro e positivo, pois seu modelo de comportamento tende a ser
refletido no restante da organização.
• As comunicações mais relevantes devem ser realizadas pelos principais líderes da organização. Elas devem ser positivas e encorajadoras, para não potencializar medos ou gerar pânico.
• A comunicação deve ser ativa e enfatizar a preocupação em manter as pessoas
próprias experiências e identifiquem aprendizados que possam posteriormente ser incorporados ao dia a dia do negócio.
práticas guiadas (webcast de mindfulness e clareza mental).
• Caso o trabalho remoto não seja uma possibilidade, é preciso assegurar que as recomendações de distanciamento
social e de higienização sejam rigorosamente cumpridas.
• Empatia é fundamental para encorajar as pessoas a equilibrar suas rotinas de
trabalho com a harmonia em suas casas, para criar um ambiente positivo que propicie o bom convívio familiar, o
desenvolvimento contínuo das crianças em um sistema educacional virtual e também o atendimento das rotinas laborais.
• Crie canais de comunicação livres em duas vias, entre funcionários e empresa,
com mecanismos de confidencialidade.
A resposta da organização para os questionamentos ou problemas apresentados precisa ser muito tempestiva (máximo de 8 horas) e a companhia precisa assegurar que esses problemas e preocupações tenham sido endereçados.
• O time de Gestão de Pessoas/Recursos Humanos precisa ser capacitado para dar apoio à manutenção da saúde física, mental e do bem-estar dos funcionários.
• A companhia deve desenvolver uma política descrevendo os protocolos de viagem, incluindo a limitação de viagens
de negócios não essenciais e viagens internacionais. A política também deve contemplar os critérios/protocolos de auto quarentena para funcionários que possam ter sido expostos a locais impactados.
• A organização precisa avaliar a necessidade de oferecer transporte e alimentação aos profissionais, de forma a reduzir a exposição ao risco de contaminação.
• A companhia precisa se planejar para prevenir eventuais questionamentos sobre discriminação ocasionados
pelas ações em tempos de pandemia, entre a força de trabalho operacional e profissionais do corporativo, uma
vez que aqueles que fazem parte da operação podem se encontrar em situação de mais exposição ao contágio, devido à impossibilidade de trabalhar remotamente.
Talento e Força de Trabalho
Medidas de prevenção que visem isolamento social são extremamente importantes na redução dos impactos da contaminação em nossa sociedade. Essas medidas, porém, podem trazer grandes impactos para as pessoas e, consequentemente, para os negócios. É extremamente importante que práticas e procedimentos que minimizem esses impactos sejam adotados em dois grandes vetores:
1. Produtividade e Continuidade do Negócio:
• Avaliar de forma recorrente se o comitê de crise está funcionando. Realizar ajustes de forma célere.
• A companhia deve organizar treinamentos específicos sobre o correto uso de plataformas colaborativas, podendo também criar business challenges em forma de jogos, para que o aprendizado dos times possa ser acelerado.o.
• A empresa deve revisar periodicamente a agenda de prioridades de negócios para delegar atividades aos times
de maneira eficiente.
• A organização deve desenvolver um plano estratégico de talentos vinculadoà continuidade do negócio.
• Gaps de sucessão em cargos-chave devem ser identificados e ações de contingência devem ser definidas em casos de quarentena ou inatividade prolongada de executivos em virtude do COVID-19.
• A companhia deve se preparar para gerenciar eventuais problemas de absenteísmo, que devem aumentar à medida que o avanço da pandemia ocorra, restrições governamentais aumentem e surjam mais restrições pessoais.
• A organização precisa avaliar o que é crítico e o que pode ser cancelado ou adiado/
repriorizado. Nesse processo, deve dar suporte às equipes para que se concentrem nas tarefas mais importantes.
• Após mapear as atividades essenciais, que não podem ser interrompidas, tanto nas áreas de negócio quanto no
back office, a companhia deve elaborar planos alternativos junto a fornecedores especializados que tenham capacidade de alocar mão-de-obra para atender à continuidade dessas atividades em caso de eventual afastamento dos funcionários.
Os líderes precisam planejar de forma antecipada o reinício das operações que foram interrompidas, às vezes
de forma abrupta, em meio a medidas contínuas de prevenção e controle da pandemia (como o reinício com força
de trabalho reduzida).
• A organização deve preparar um plano de comunicação para os funcionários e parceiros, especificamente para a eventual necessidade de interrupção temporária de um site de trabalho. A comunicação
deve, de maneira clara, incluir informações de como será iniciado o fechamento,
como as operações e funcionários serão redirecionados e quando as operações
serão retomadas e os funcionários poderão voltar ao trabalho.
2. Aspectos Legais (Trabalhistas):
Algumas medidas têm sido tomadas pelo governo no sentido de flexibilizar determinadas regras trabalhistas. Neste sentido, em 22/03/2020 foi publicada a Medida Provisória 927, incluindo temas importantes, como
os seguintes:
• Constitui situação de força maior, nos termos do artigo 501 da CLT, ou seja, dá margem para aplicação de seus preceitos relativos à redução salarial em até 25%, respeitando o salário mínimo de cada
região. Importante avaliar esta hipótese com cuidado e seus impactos.
• Regras específicas para os seguintes procedimentos:
Férias individuais e coletivas;
Antecipação do gozo de Feriados;
Banco de horas;
Suspensão do pagamento do FGTS por três meses e parcelamento posterior;
Prorrogação de jornada de trabalho em estabelecimentos de saúde;
Suspensão por 180 dias de prazos processuais para defesa de autos
de infração trabalhistas e notificações de débito de FGTS;
Possibilidade de prorrogação de acordos e convenções coletivas por 90 dias que estejam vencidos ou vincendos em 180 dias da data de vigência da MP;
Atuação orientadora dos fiscais do trabalho no período de 180 dias, exceto para determinados assuntos;
Antecipação do abono anual previdenciário de 2020.
Neste momento em que os negócios estão sofrendo com os impactos do COVID-19, é importante que a empresa esteja atenta a todos os aspectos que impactam nos encargos de folha.
Além das medidas trazidas pela MP 927, o governo anunciou a redução da contribuição devida a outras entidades ou fundos (Sistema “S”) em 50%, por três meses, que está pendente de publicação.
Além disso, tendo em vista que a legislação e jurisprudência estão em constante mudança,
é importante revisitar as incidências de folha de pagamentos e estar atento ao cenário
de decisões judiciais sobre determinados temas, que podem trazer economia e recuperação eventualmente de valores
já pagos, com impacto direto em caixa.
Proteção da Base de Clientes e da Marca Neste momento, os líderes da empresa não podem ser percebidos como ausentes.
O alinhamento do propósito da empresa se torna ainda mais essencial em momentos como o atual. Assim, a estruturação de ações claras e relevantes, que reforcem o posicionamento socialmente responsável
das marcas, ganha importância.
1. Comunicação e Comportamento do Cliente
• Reforçar a comunicação que tenha algum tipo de propósito, não aquela com objetivo de divulgar algum produto e serviço.
• Intensificar a comunicação com o cliente de forma transparente, com maior tempestividade e usando os canais
mais rápidos.
• Buscar formas de interagir com o consumidor a respeito de novos hábitos em tempos de crise, pensando menos
individualmente e mais coletivamente.
• Os líderes precisam estar mais atentos a fake/wrong news, principalmente em mídias sociais, que estejam relacionadas à empresa e que possam atingir sua imagem.
• A companhia precisa estar preparada para alterações constantes no comportamento do consumidor, considerando a evolução da crise.
• A empresa pode aproveitar novos canais de vendas e modelos de negócio durante a crise, fortalecendo canais online próprios ou parcerias.
• Implementar novos protocolos para atendimento remoto, captura de negócios e leads específicos por setor, de forma a migrar o atendimento para canais remotos.
• Buscar aprender com a crise para que, quando a situação voltar à normalidade, esteja preparado para atender um
consumidor que pode ter mudado de comportamento – prever e estar preparado para o “novo normal”.
2. Marketing e Branding
• Cuidar de sua imagem, observando seu papel junto à sociedade, flexibilizando regras e melhorando a comunicação.
• Adaptar o plano de marketing em execução, revendo ações promocionais
e inserções publicitárias. É importante rever a mensagem, os canais e também os produtos que têm mais aderência
à vida em casa.
• Realizar pesquisas recorrentes em relação à percepção da marca, utilizando, principalmente, ferramentas digitais
e redes sociais.
• Estabelecer canais e medidas de feedback com os principais stakeholders durante e após a crise, de forma a adequar o posicionamento e a atuação da empresa.
3. Prestação de Serviço, Atendimento e Entrega
• Testar e reforçar a infraestrutura para atendimento ao cliente desde as plataformas de autoatendimento, passando pelo serviço online e call center.
• Revisar o atendimento ao consumidor, considerando a redução de capital humano. Utilize e adapte tecnologias já existentes 0 no mercado.
• Avalie canais alternativos para atendimento e entrega, aproveitando novos canais de vendas e modelos de negócio.
• Estar atenta à comunicação de alterações na política de preço dos produtos e serviços. Mudanças que não sejam explicadas podem parecer oportunismo.
• É preciso dialogar com os órgãos de defesa do consumidor para deixar clara a necessidade de mudanças de regras
e minimizar possíveis pleitos.
4. Planejamento de Vendas
• Revisar e adaptar o pipeline de vendas considerando os cenários de impacto da crise e aspectos importantes como
redução da força de trabalho, mudança de comportamento do consumidor, lockdown de determinados mercados,
dentre outros.
• Reforçar os processos de vendas adaptando e fornecendo recursos adequados para o novo cenário.
• Assegurar que as iniciativas de desenvolvimento de novas oportunidades e geração de pipeline continuem sendo
realizadas, através dos canais tradicionais e também com novos canais virtuais.
• Estar preparado para retomar o processo de vendas ao final da crise já considerando alterações requeridas
para uma nova realidade.
5. Sociedade
• Realizar ações, aproveitando da expertise e atuação da empresa, que possam minimizar os impactos do COVID-19 e contribuir com a sociedade.
• Avaliar se as medidas adotadas para enfrentar a crise apresentam algum conflito com seu propósito e valores. Ajustes, se necessários, devem ser feitos tempestivamente.
• Reforçar seu propósito de valor, com alinhamento aos desafios de enfrentar o COVID-19 e à expectativa da sociedade.
• Compartilhar com a sociedade boas práticas relacionadas ao COVID-19 que contribuam para percepção positiva da marca/empresa (sejam ações internas ou externas).
• Incentive e pratique a solidariedade.
Financeiro, Tesouraria e Investidores
1. Gestão Financeira e Tesouraria O COVID-19 impõe um desafio não usual ao caixa das companhias.
Ao contrário de crises econômicas recentes, nas quais a deterioração dos indicadores foi gradativa, o momento atual de limitação de circulação resulta em um cenário de queda abrupta da receita. Independentemente da forma como a crise
se coloca, o passado nos mostra que a gestão tempestiva da liquidez é o primeiro passo para o controle e recuperação definitiva do negócio. O gerenciamento de crises, sob a ótica do caixa, prioriza o curto prazo
em detrimento das projeções de longo prazo.
A principal meta passa a ser a manutenção das operações pelo maior tempo possível, criando a resiliência financeira necessária para que os resultados econômicos tenham
chances de ser atingidos.
O primeiro passo para esse diagnóstico de resiliência financeira é uma projeção de caixa
robusta, com um bom nível de detalhamento e que considere cenários de estresse ao
limite, para que as ações preventivas possam ser implementadas a tempo. Entender qual
o comportamento esperado dos clientes – e consequentemente dos recebíveis do negócio
– é fundamental para antever situações de caixa negativo em função dos compromissos
já assumidos com a força de trabalho, impostos, bancos e fornecedores.
Usualmente, um exercício de projeção de 3 a 4 meses do caixa é suficiente para
dar um diagnóstico mais preciso à situação, desde que ele seja atualizado recorrentemente
com novas variáveis que surjam. Essas projeções costumam ter base diária ou
semanal, dependendo do perfil do capital de giro.
Com isso em mãos, ações preventivas são bem-vindas. Vale ressaltar que o gestor
financeiro pode ter que tomar decisões não usuais, bem diferentes daquelas tomadas em
um cenário estável de operação. Isso ocorre já que, por vezes, as projeções apontam para
um cenário de falta de liquidez exatamente em um momento em que as fontes de crédito
tendem a ter uma maior aversão ao risco.
A partir desse diagnóstico, é preciso fazerum exercício sobre o capital de giro: contas
a receber, contas a pagar e estoques devem sofrer alterações em seus padrões normais
de comportamento. A interrupção das atividades de um grande comprador de uma
ponta da cadeia de produção, por exemplo, pode causar uma ruptura em todos esses
indicadores ao mesmo tempo. A análise da capacidade de pagamento dos principais
clientes, através de uma política de crédito robusta, também pode ajudar a evitar
mais danos à expectativa de realização das receitas esperadas.
Separados os efeitos do caixa mais diretamente ligados à produção, é importante entender
como se comportam os compromissos decorrentes de Capex, bancos e impostos.
Ações preventivas nessas frentes precisam ser ativadas o quanto antes, se necessárias:
• renegociação de prazos de capital de giro.
• interrupção de novos projetos que exijam desembolsos e não gerarão receitas imediatamente.
• adesão aos programas tributários emergenciais de suporte anunciados.
As crises recentes demonstraram que parte das empresas que não sobreviveram tomou decisões corretas, mas no momento errado.
Por mais complexas que sejam, as ações de reestruturação em um momento anterior à ruptura completa do caixa se mostram mais eficazes.
2. Contabilidade e Relatórios
• Avaliar impactos contábeis potencialmente relevantes sobre as divulgações de demonstrações financeiras da entidade, tais como: impairment de ativos, continuidade dos negócios, provisão para crédito de liquidação duvidosa, valorização dos estoques, ajustes a valor justo de instrumentos financeiros, recuperabilidade
dos tributos diferidos, passivos trabalhistas, provisão para custos extraordinários, impactos no reconhecimento de receitas e nas estimativas contábeis em geral.
• Comunicação e divulgação adequada aos stakeholders dos impactos contábeis relevantes decorrentes da crise nos negócios.
• Revisar as divulgações dos cenários de testes relacionados a (i) cenários de liquidez e avaliação de reservas de liquidez alternativas, (ii) teste de estresse de exposição (risco de mercado, risco de crédito, etc.) e (iii) reavaliação das opções para gerenciamento desses riscos.
Digitalização de documentos por meio de tecnologia para aumentar a eficiência do trabalho remoto.
• Automatização/robotização dos processos de preparação de relatórios, tais como Demonstrações Financeiras, Relatório da Administração, entre outros.
• Reavaliar as considerações sobre cenários de transações de capitais, tais como: avaliação da empresa, projeções de
resultados, demais projeções do negócio e informações usuais em operações de ofertas (IPO, follow-on, debentures, bonds, etc.)
3. Orçamento e Investimentos
• Estabelecer um trabalho detalhado de revisão orçamentária com o objetivo de redução de despesas, de forma que
estas ações possam amenizar o impacto financeiro derivado da pandemia.
• Reavaliar o portfólio de investimentos, considerando as projeções de cenários de impacto da crise de forma que decisões quanto ao adiamento ou até cancelamento de investimentos previamente estabelecidos possam ser revistos em tempo hábil.
4. Tributário
• Dimensionar o impacto no fluxo de caixa e resultado com a adoção das medidas de prorrogação do prazo de vencimento dos tributos e contribuições.
• Acompanhar as prorrogações de prazos para apresentação de requerimentos, respostas a intimações, defesas e recursos no âmbito do processo tributário, dimensionando inclusive o impacto na força
de trabalho.
• Avaliar o uso de regimes de tributação, benefícios e créditos fiscais já previstos na legislação vigente ou reconhecidos judicialmente.
• Acompanhar e dimensionar novas medidas tributárias a serem divulgadas pelos Governos e, caso necessário, discutir com assessores legais impactos de eventual inadimplência no pagamento dos tributos.
Gestão de Riscos e Continuidade
As incertezas relacionadas aos impactos e desdobramentos da pandemia de COVID-19
no Brasil e na América Latina demandam que os executivos balanceiem de forma assertiva seu apetite ao risco às necessidades de manter caixa, receitas e o alcance dos objetivos estratégicos.
Para suportar o negócio neste desafio, a Gestão de Risco tem papel relevante, considerando os seguintes aspectos:
• Estabelecimento de um comitê multidisciplinar de crises, reunindo os principais executivos da organização,
com contato constante para reavaliações tempestivas dos avanços do COVID-19 e seus impactos no negócio.
• Construção ou atualização do Plano de Gestão de Crises, associado a um
Plano de Recuperação e Continuidade do Negócio (incluindo desastres e/ou situações externas extremas).
• Caso esteja implementado, desafiar o escopo, composição e autoridade para decisões do grupo designado para
gestão da crise, de modo a aprimorar sua capacidade e efetividade. Confirme se o foco e esforço deste está balanceado adequadamente entre o curto, médio e longo prazo. Da mesma forma, verifique os níveis atuais de redundância para continuidade e recuperação.
• Estabelecimento de uma sistemática para o monitoramento dos avanços do COVID-19 e de seus impactos para o negócio.
• Avaliação dos riscos para o negócio, considerando os aspectos estratégicos, operacionais, financeiros e regulatórios
derivados da pandemia de COVID-19.
• Obtenção de atualizações tempestivas sobre riscos emergentes e ameaças significativas para o negócio, incluindo vulnerabilidades e potenciais impactos (conforme estrutura de Gestão de Riscos existente). Busque
ajustar rapidamente o apetite e tolerância a risco, bem como a identificação e desenvolvimento de mecanismos de
inteligência para o monitoramento contínuo de riscos, como o estabelecimento de gatilhos para o acionamento de planos de contingência, crise e continuidade de negócios de forma estruturada.
• Discussão e mapeamento de cenários de prolongamento da crise, avaliando o apetite e a tolerância do negócio
para situações extremas.
• Ao final da crise, será importante levantar aprendizados e revisitar os processos de Gestão de Riscos, Gestão de Crises e Gestão da Continuidade de Negócios, buscando manter a prontidão para atuar em situações futuras.
Governo e Políticas Públicas
O Governo desempenha papel central no combate à crise, em aspectos como a segurança pública, atendimento a pessoas infectadas e ações de fomento econômico.
Ao mesmo tempo, tem a prerrogativa de estabelecer medidas que podem representar limitações severas à continuidade das operações, como a determinação do fechamento temporário de negócios,jornada reduzida, além de restrições quanto à circulação de pessoas. Deve-se também estar atento às mudanças no ambiente
regulatório que podem impactar de forma negativa ou positiva o setor produtivo.
Considerando o conjunto de medidas anunciadas pelo Governo e o alcance das mesmas ao setor produtivo, importante atentar para:
1. Monitoramento e Controle Regulatório
• Monitorar alterações no ambiente jurídico e regulatório, incluindo contratos regulados e não-regulados, em todas as esferas,
considerando possíveis oportunidades, que possam gerar impactos diretos na redução de custo, principalmente em questões tributárias e trabalhistas.
• Monitorar alterações de restrições impostas em países que possam afetar a cadeia produtiva e/ou o comércio exterior.
• Implementar ações de mitigação para prevenir possíveis ações trabalhistas devido a mudanças no regime de trabalho.
2. Estratégia Regulatória
• Agir para acelerar alterações no ambiente regulatório que possam de alguma forma amenizar os impactos derivados do COVID-19 (como a regulamentação da telemedicina).
• Avaliar, junto aos órgãos de fiscalização e controle, a possibilidade de flexibilizar
determinadas regras que possam proporcionar benefícios para todos
os atores envolvidos na crise – exigências trabalhistas, obrigações tributárias, regras financeiras.
• Desenhar cenários alternativos de implicações regulatórias, considerando o agravamento da crise
e tomando como base as decisões governamentais de outros países.
• Atuar de forma setorial junto aos Governos para propor alternativas que atenuem não somente os
impactos na organização, mas também na sociedade.
• Replanejar seus investimentos e até sua estratégia, levando em conta alterações no ambiente regulatório
derivados da crise, mas com efeitos prolongados (como a renegociação e o r eequilíbrio de contratos).
• Assegurar com o governo a concessão de isenções e/ ou o replanejamento dos pagamentos de obrigações.
3. Relacionamento e Comunicação com o Governo
• Atuar de forma transparente e integrada com as agências reguladoras e os órgãos de fiscalização
e controle, visando minimizar possíveis autuações por descumprimento de regras.
• Responder de forma tempestiva a questionamentos feitos por órgãos do governo, considerando
especificidades da atividade da empresa. Tornar essas comunicações públicas e transparentes
para o mercado.
• Verificar se existem ações que possam ser realizadas de forma conjunta com o Governo, de
forma a atenuar os efeitos da crise e compartilhando responsabilidades (uso da rede hoteleira como
leitos temporários e uso da aviação para garantir serviços logísticos necessários, por exemplo).
Tecnologia e Segurança da Informação
A tecnologia é um componente relevantepara a continuidade do negócio, mas é preciso estar atento para que seu uso não exponha a empresa a vazamentos involuntários de dados e invasões da rede interna, entre outros riscos. Após a crise, algumas práticas adotadas para a manutenção das operações
podem ser mantidas (“novo normal”), como reuniões e trabalhos remotos, e outras podem ser aprimoradas, como no incentivo à robotização de processos manuais.
Considerando a relevância da tecnologia nesse momento, sugerimos que:
• A empresa precisa avaliar sua prontidão para disponibilizar infraestrutura tecnológica (conexões, equipamentos
e acessos) para atender à demanda por trabalhos remotos.
• A companhia precisa definir regras e organizar o uso de infraestrutura
dos colaboradores para a continuidade dos negócios (Bring Your Own Device).
• É essencial adotar tecnologias que viabilizem a manutenção do relacionamento e das
interações com os clientes de forma remota.
• A empresa deve atualizar procedimentos, normas e políticas relacionadas à coleta, processamento, transmissão
e armazenamento de informações dentro e fora da rede corporativa.
• Aumentar a comunicação e o volume de treinamentos sobre cibersegurança. Tome
cuidados especiais com engenharia social, como no caso de phishing (aplicativos falsos
ou e-mails maliciosos que podem roubar dados e credenciais).
• Realizar a revisão dos protocolos de Segurança da Informação e da capacidade das ferramentas de proteção de dados, considerando o aumento do tráfego de dados em ambientes não-convencionais.
• Os líderes precisam ter atenção redobrada ao tratamento de dados pessoais. O atendimento à LGPD continua mantido para agosto de 2020 e o Ministério
Público já vem atuando de forma rígida com penalidades.
• A empresa precisa realizar adaptações do suporte de TI para atender ao aumento da demanda por informações e dos pedidos de ajuda com trabalhos remotos.
• A empresa também precisa adaptar e ajustar os recursos do seu Security Operational Center (SOC).
• A empresa deve identificar atividades manuais essenciais que possam ser realizadas por robôs, além de aumentar
a comunicação e os treinamentos sobre as ferramentas utilizadas para trabalho remoto, buscando elevar a produtividade.
Seguros e Contratos
Estas áreas precisam estar atentas a mudanças emergenciais decorrentes do COVID-19 e identificar rapidamente oportunidades e ameaças decorrentes dessas ações. O departamento jurídico deve ser engajado tempestivamente na avaliação de cenários de disputas judiciais relevantes, agindo proativamente para minimizar conflitos em áreas sensíveis ao negócio.
• Engajar rapidamente o departamento jurídico na antecipação de cenários de judicialização nas diversas disciplinas
jurídicas e na avaliação de cenários de disputas judiciais relevantes.
• Identificar cláusulas de proteção baseadas em casos fortuitos/força maior para justificar a falta de entrega de produtos e serviços, além de desenvolver, nesse sentido, aditivos futuros aos contratos.
• Especialistas jurídicos que possam ser acionados para complementar a força de trabalho jurídica podem ser mapeados e ferramentas para uma melhor interação digital durante o ciclo de vida contratual devem ser buscadas. Boa parte do back office desses processos pode ser realizada remotamente.
• Percorrer, de forma detalhada, toda a base de relacionamentos contratuais e priorizar os contratos mais relevantes para atuação proativa, considerando o risco de escassez de mão-de-obra, produtos e tempo. Em
conjunto com as partes, é preciso encontrar alternativas para a prestação do serviço dentro das possibilidades atuais, como trabalho remoto e interação digital.
• Buscar instrumentos de proteção financeira e/ou operacional, caso as apólices de seguro contratadas não cubram os danos causados pela pandemia.
• Revisar todos os limites de coberturas e renegociar ampliações caso os efeitos
da pandemia sejam prolongados.
• Avaliar o uso de ferramentas alternativas/ digitais para o processo de monitoramento de compliance contratual nos casos em que há necessidade de visitas presenciais (telepresença, fotos com geolocalização,
Realidade Virtual e outros).
• Pesquisar jurisprudências em casos semelhantes de disputas judiciais por desacordo contratual e planejar futuras
ações jurídicas.
• Estudar formas de prolongamento dos prazos, em casos de pagamentos mínimos
contratuais (como o aluguel de lojas ), com o objetivo de manter a relação contratual futura e evitar prejuízos para ambos os lados.
• Contratos de seguros e operadores de saúde devem ser revistos, buscando coberturas para a pandemia (coberturas de plano de saúde, seguros de disrupção de negócio, quebra de receita) ou consultando a avaliação
de risco e o plano de mitigação dos contratos de seguro atuais, considerando estimativas de recuperação de seguro.
Comércio Global e Cadeia de Suprimentos
O impacto do COVID-19 sobre a cadeia de suprimentos e o comércio global deverá ser brutal. No curto prazo, os principais impactos decorrem da interrupção das atividades de produção e transporte. A alteração da capacidade de entrega das cadeias de suprimentos pode provocar a interrupção dos serviços e um forte desbalanceamento
na demanda por produtos, com reflexos sobre a viabilidade dos negócios.
Desta forma, em novo ambiente com restrição de matéria-prima e força de trabalho, é importante selecionar e direcionar os esforços para um melhor mix de produtos ofertados ao mercado, considerando margem
do produto, giro de estoque, demanda e novos modais para escoar seus produtos para o mercado consumidor.
• Durante este momento de incertezas e necessidade de tomadas de decisão rápidas e acuradas, é fundamental
criar e manter a rotina de um comitê multidisciplinar, olhando a cadeia end-to-end com uma conexão constante
e dinâmica com os stakeholders (fornecedores, equipe, clientes, parceiros logísticos e outros). Tão importante
quanto gerenciar a crise, é designar um time para pensar especificamente no restart e recovery. Diferente da crise, esta fase poderá ser mais bem planejada e coordenada para toda a cadeia, e se bem conduzida trará resultados significativos.
• Lembre-se que você não está sozinho. Vários executivos do seu setor estão na mesma situação. Estreite a comunicação com seu networking buscando soluções de outras companhias e parceiros. Uso do benchmarking neste momento é fundamental e positivo para toda indústria.
• Busque replanejar a escala de seus profissionais e modificar modelos de operação que possam comprometer
a saúde e a segurança.
• Realize uma reflexão bilateral dos fornecedores em relação à importância deles para seu negócio e sua prioridade
para o negócio deles. Estabelecimento de parcerias e relação ‘ganha-ganha’ é fundamental nesse momento, além
de diminuir as burocracias operacionais entre as partes.
Em um mundo com restrições e dificuldades na mobilidade de bens e serviços, é importante trabalhar conectado
e integrado com os principais fornecedores. As informações devem ser transparentes, tempestivas e acuradas para um melhor planejamento da sua produção.
• É importante avaliar e repensar novas formas de escoamento da sua produção, visto que isso pode ter um impacto no atendimento da sua demanda.
• Nos últimos tempos, vivenciamos o aprimoramento do sistema de produção just in time e do conceito de estoque zero.
Em uma cadeia produtiva intermitente, é necessário que as empresas considerem suas estratégias de inventário para mitigar riscos de escassez ao mesmo tempo que equilibram suas necessidades financeiras.
• Há riscos de paradas em toda a cadeia, cujo timing dificilmente será controlado e coordenado. Assim, antecipar a
movimentação rápida do estoque para pontos estratégicos será fator chave.
• Repense como sua operação pode ser autossuficiente e como sua empresa pode usar as tecnologias como IoT, Cloud Computing e impressão 3D a seu favor.
• Reveja possibilidades de automação e sua flexibilidade produtiva no curto e médio prazo. Isso pode ser o seu
diferencial em momentos de surto e de paradas momentâneas na produção.
• Na necessidade de encontrar peças e substituir matérias-primas, estabeleça parcerias com fornecedores locais,
criando alternativas a cadeias de suprimento complexas e burocráticas.
• Avalie opções near-shore como backups locais para encurtar as cadeias de suprimentos, aumentando a proximidade com os clientes.
Tão certo quanto o fato de que o mundo vive uma crise global é o fato de que essa crise terminará. Daqui a algum tempo, grande parte dos negócios retomará suas atividades pré pandemia. É certo que alguns comportamentos de consumo serão modificados e que precauções extras de segurança serão adotadas.
No mundo pós-crise, a resiliência continuará a ser extremamente importante. Organizações flexíveis e ágeis terão mais facilidade em recuperar o ritmo de seus negócios assim que a situação melhorar. Empresas com cadeias
de suprimento plurais, com fornecedores e parceiros de múltiplas regiões e habilidades, poderão entregar soluções mais adequadas à realidade de cada mercado.
Assim, enquanto hoje o foco das empresas está na reação de curto prazo aos efeitos
Prepare seu negócio
para o pós-crise do COVID-19 para viabilizar a continuidade dos negócios, no médio prazo o foco estará
nos ganhos de eficiência, com realinhamento dos negócios para o cenário pós-crise e uso de deduções tributárias para alavancar a retomada. Já em um cenário de longo prazo, o desenvolvimento de empresas
ágeis e a aceleração da transformação digital dos negócios poderá viabilizar novas oportunidades de negócios para organizações que estiverem bem preparadas.
Para que sua empresa esteja preparada para a próxima crise, mantenha as principais ameaças na agenda da liderança, envolva-a nas discussões de mitigação e contingência, mapeie possíveis cenários de crise e crie
protocolos estruturados para os mais críticos e treine seu pessoal. Não espere a próxima crise acontecer para então discutir que ações tomar.